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Produção Textual Avaliada pela Professora Ilva, realizada no dia 13/03/2013

Tarde Demais

  Era uma tarde de sábado. Esther estava com o braço direito trançado ao braço esquerdo de seu pai. Nervosismo e ansiedade, tomavam conta de seu corpo e sua mente. As portas se abriram. A clássica trilha sonora inundou a igreja. Todos levantaram e observaram Esther caminhando em direção ao altar com olhar de admiração.
  Esther estava esplêndida, com um longo vestido tomara que caia, branco como a neve, infestado de miçangas brilhantes. Seus lábios estavam vermelhos como a decoração da igreja e como o buquê de rosas que carregava em suas mãos. Ela estava a ponto de realizar um sonho, após vinte e sete anos de espera.
  A música parou. O padre deu início a  cerimônia. Um largo sorriso formou-se nos lábios de Lucas quando avista os olhos verdes-oliva de sua futura esposa.
  Esther lembrou-se das pessoas especiais de sua vida. Sua mãe e suas duas irmãs, que estavam no altar como madrinhas de honra. Seu irmão que havia falecido há cinco anos. Seus colegas do escritório de advocacia. E João, seu melhor amigo, cujo já tivera momentos de intimidade antes de seu noivado com Lucas. Apesar de sua felicidade, ela ainda estava confusa em relação ao amor de sua vida. Lucas ou João? Ela não sabia quem era o seu príncipe encantado.
  Esther Almeida, você promete amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de sua vida ? Ela engole seco. Seus lábios secam. Está completamente muda.
  Um som de desespero escapa da boca da moça. Há uma moto Harley Davison do lado de fora da igreja. Em cima dela, está João, observando-a. Esther está tonta. Os olhos de Lucas estão quase transbordando. Ele aguardara a resposta, assim como todos os convidados. Com tudo girando e fora de si, Esther, atordoada, correu em direção a moto. Subiu e desapareceu, deixando tudo para trás.
  Dois meses se passaram. Todos os dias Esther recolocava os vestido de noiva e arrependimento jorrava de seus olhos. Foi um erro irreversível. Agora era tarde demais. João a abandonara duas semanas depois da data do casamento.
 Com as duas mão sobre a barriga de quatro meses, quase cinco, ela sussurrou : "Ele é seu Lucas, e eu também gostaria de voltar a ser".

Imagem retirada do site papodenoiva.com

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